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Rede de Voluntariado Missionário coordenada pela FEC revela novos dados

Rede de Voluntariado Missionário coordenada pela FEC revela novos dados

Voluntária se ajoelha para tocar guitarra com crianças
|Fotografia: Ana Emanuel Nunes – Voluntariado Teresa de Saldanha, Timor-Leste (FEC)

São, no total, 1059 os portugueses, jovens e adultos, que partem em voluntariado missionário.368 realizam projetos em países em desenvolvimento e 623 desenvolvem atividades de voluntariado/missão em Portugal. Segundo dados estatísticos da Rede de Voluntariado Missionário coordenada pela Fundação Fé e Cooperação (FEC), este número aumentou em comparação a 2018 apesar do registo de uma descida no número de missões com duração igual ou maior que 6 meses.

Os 368 voluntários distribuem-se por África, América do Sul, América Central, Ásia e Europa. São Tomé e Príncipe vai acolher 80 voluntários; Moçambique recebe 63; Angola recebe 55; Guiné Bissau 53; Cabo Verde 44; Brasil e Portugal recebem 22 cada; a Tanzânia recebe 6; a Zâmbia 5; Espanha e Equador acolhem 4 voluntários cada; Africa do Sul, Marrocos e Etiópia recebem 2 voluntários cada e Timor-Leste recebe um voluntário.

Este ano é também marcado por uma nova tendência: famílias que partem juntas em missão para o estrangeiro. Joana e Miguel Morais são um casal que vai partir para Moçambique com os seus 4 filhos (de 5, 9, 12 e 15 anos), sendo que a filha mais nova tem trissomia 21. Os pais querem colocar-se “ao serviço dos que mais precisam” e vão, assim, colocando a semente da missão nos seus filhos.

Algumas missões realizam-se no nosso país e os voluntários partem por períodos que variam entre 1 mês e 1 ano, para zonas de missão em Portugal continental e ilhas. 336 pessoas partem para projetos de curta duração, isto é, em missões que podem ir de 15 dias a 6 meses, e 32 pessoas partem em projetos de longa duração (entre 7 meses a 2 ou mais anos). No total, 72% são mulheres e 28% homens.

A maior parte dos voluntários que parte entre janeiro e dezembro deste ano tem idades compreendidas entre os 18 e 30 anos, sendo 35% estudantes, 32% pessoas empregadas, que dedicam o seu tempo de férias para se integrar no desenvolvimento de projetos de voluntariado internacional, e 8% recém-licenciados. Entre os 368 voluntários que participam este ano, 82 deles vão repetir a experiência, representando 22% do universo das partidas.

Com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos, 16 pessoas deixam o emprego e 17 pedem uma licença sem vencimento para partir este ano para países em desenvolvimento. Um total de 27 reformados decidem dedicar o seu tempo a experiências de voluntariado missionário, representando um total de 7% no universo do número de partidas.

Educação, Crianças e Jovens são o maior foco das missões portuguesas As principais áreas de intervenção das entidades durante a sua presença em projetos de voluntariado missionário são variadas: agricultura, animação sociocultural, construção de infraestruturas, educação e formação, pastoral, saúde, dinamização comunitária, entre outras necessidades sentidas no decorrer dos projetos. Ainda assim, a educação e a formação continuam a ser o principal enfoque dos voluntários, estando um total de 35% de entidades envolvidas nestes projetos. Logo a seguir, vem o trabalho pastoral, a animação sociocultural e a saúde representando um total de 22, 19 e 16%, respetivamente, do trabalho desenvolvido. À semelhança dos anos anteriores, o principal foco do trabalho dos voluntários e das organizações continuam a ser crianças e jovens. A desenvolver os seus projetos com crianças e jovens, estão 50% das entidades – 16% com famílias, 12% com mulheres, 9% com idosos e 6% com professores.

Questionadas sobre as maiores marcas que a missão deixa nos voluntários, 28 entidades apontam a aprendizagem de novas formas de ser/estar; 23 a maior sensibilização para a interculturalidade; 17 o desejo de continuação de apoio aos projetos a partir de Portugal; e 13 a maior valorização dos recursos naturais. As organizações afirmam que muitos voluntários, após o termo dos projetos, sentem o desejo de regressar ao país de missão para trabalhar numa empresa, ONGD ou associação (7%).

Este ano, são 691 jovens e adultos os que realizam ao longo de todo o ano atividades de voluntariado missionário em Portugal, com uma regularidade assegurada (diariamente, semanalmente, mensalmente, anualmente, entre outras). Este trabalho é desenvolvido em todas as regiões do país, tendo uma incidência maior no Douro Litoral com um total de 197 voluntários. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo com um total de 137 voluntários; as Beiras (Alta e Baixa) com um total de 98 voluntários; a Beira Litoral com 84; o Alentejo com 48; Trás-os-Montes e Alto Douro com 31; o Minho com 24; o Algarve com 23; o Ribatejo e a Madeira com 20 cada e os Açores com 9.

A maior parte dos voluntários desenvolve atividades de animação sociocultural e de trabalho na área da pastoral, num total de 60% de ação nestes campos. 49% das entidades dedicam o seu trabalho a jovens, crianças e idosos. 8% dedicam-se ao trabalho com ou para famílias. Na maioria das vezes, a mesma entidade trabalha em várias áreas em simultâneo respondendo às necessidades de diversas populações-alvo. Estes dados resultam de um inquérito feito a 61 entidades com diferentes estatutos que integram a Rede de Voluntariado Missionário coordenada pela FEC, nomeadamente organizações nãos governamentais, instituições particulares de solidariedade social, associações juvenis, congregações religiosas, paróquias, dioceses, fundações e grupos informais de jovens e adultos. Das 61 entidades responderam 37 (menos quatro do que no ano anterior) sendo que das 37 organizações, 33 enviam voluntários em missão (menos uma do que em 2018). Nas duas últimas décadas, Portugal correspondeu com 7232 respostas positivas no que respeita ao voluntariado missionário realizado nos países em desenvolvimento.

Veja aqui os dados relativos à evolução do Voluntariado Missionário em missões internacionais – desde 2003.

Julho 22, 2019
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