>
>
Os jovens cristãos e a erradicação da pobreza

Os jovens cristãos e a erradicação da pobreza

Presidente da EAPN Portugal

Por: Pe. Jardim Moreira, Presidente da EAPN Portugal

Constatar a existência de mais de dois milhões de portugueses pobres e ou excluídos, e que 25% das nossas crianças são pobres, significa dizer que estes portugueses são vitimas de injustiças estruturais da sociedade que somos, da sua economia e da sua politica.

Somos portugueses e também somos cristãos.

Como portugueses todos temos o dever moral de construirmos uma sociedade justa, equitativa, de pugnar por uma democracia que que reflita o reconhecimento igual dos direitos humanos a todos os cidadãos, dê acesso a iguais oportunidades que permitam o desenvolvimento integral de toda a pessoa humana, em liberdade e em dignidade.

Não é um favor, é um direito. Como vivemos acomodados, até achamos normal esta realidade, de tanta gente que sofre, porque lhes são negados os direitos de serem iguais aos demais, de ter acesso à saúde, à cultura, ao lazer, à família estruturada, à alimentação indispensável à vida, a viver sem ser por favor.

Ninguém é dono de ninguém. Digamos não a esta forma de escravatura.

Como cristãos jovens afirmamo-nos como discípulos do mesmo Mestre e Senhor Jesus Cristo. O discípulo escuta o Mestre, acolhe a sua mensagem e imita o seu proceder. Jesus anuncia o Reino de Deus ao povo por palavras, por obras e por gestos.

Revela-nos que Deus é o Pai comum de todos é “Pai Nosso”.

Que o seu projecto é construirmos uma família, uma sociedade fraterna, cujo dinamismo nasce e se manifesta no Amor. Deus é Amor. E o mandamento de Jesus:  Amai-vos   como eu vos amei.

Ele denunciou o erro e a opressão, mesmo a religiosa. Nenhuma opressão é legitima, nem a opressão religiosa. Ele é libertador, cura toda a enfermidade que oprime e ou impede a inclusão. (porque é impuro) por exemplo: os leprosos, os endemoninhados, os pecadores públicos, os cegos, e diz-nos que o Pai quer que cada um viva a vida na sua integralidade. Ele dá pão para que ninguém desfaleça, e diz aos seus discípulos: “dai-lhes vós mesmos de comer”.

Jesus trata a pessoa humana como uma unidade antropológica. Diz-nos que o juízo final será muito concreto.

tive fome, sede, estava nu, doente, na prisão, sem casa, etc. e a quem não ficou indiferente, e alheio, dirá: vinde benditos do meu pai, e aos que não cuidaram do próximo, dir-lhes-á; afastai-vos de Mim malditos…porque o que não fizestes a qualquer de um destes mais pequeninos a mim o não fizestes.

O cristão não pode praticar a caridade, sem ter um compromisso empenhado pela justiça.


Só se luta eficazmente contra a pobreza se lutarmos por erradicar as suas causas que são múltiplas e estruturais.

Por isso o assistencialismo, ainda que possa matar a fome nesse dia, mantém o pobre na pobreza humilhante.

Não nos iludamos. Não se deve dar por esmola aquilo a que o pobre deve ter acesso por direito.

A solidariedade pode ser praticada por todos, pelos governos, pelas instituições, pelos cristãos ou pelos pagãos.

A caridade é exclusiva dos cristãos, requer a partilha gratuita e amorosa do que é nosso, deve ser um compromisso libertador do pobre ofendido e humilhado.

Diz-nos S. João: “É mentiroso aquele (a) que diz que Ama a Deus a quem não vê e não ama o seu irmão a quem vê.”

Todos conhecemos a parábola do Bom Samaritano, que nos diz quem é o nosso próximo… depois do samaritano ter cuidado do que foi assaltado até á sua recuperação, Jesus diz a cada um:” Tu, vai e faz também o mesmo.”

O cristão não é indiferente ao pobre, empenha-se e luta organizadamente contra a pobreza, pelo desenvolvimento do seu semelhante, faz dele um seu irmão.

Outubro 24, 2017
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email
Share on whatsapp
Campanha
Apoio
Campanha